Os vales férteis...
Lar, doce lar
Das culturas semi-estáveis, passou-se rapidamente àquilo que se pode finalmente chamar agricultura, tal como entendemos na actualidade. O homem aprendeu a escolher, entre as muitas espécies vegetais, aquelas que lhe davam maior rendimento. Aprendeu, igualmente a preparar o terreno.
Para construir as suas casas ou muros de protecção, o homem usa agora materiais mais sólidos.
A revolução neolítica
As povoações construídas próximo dos campos eram ainda pequenas, contando com um máximo de algumas centenas de pessoas. Mas foram o suficiente para desencadearem o mecanismo da cooperação e do intercâmbio. Foram-se difundindo as novas ferramentas e as novas técnicas como o tecido, o cozimento em forno de cerâmica e sobretudo as primeiras técnicas de pecuária e agricultura...Foi uma grande revolução á qual se deu o nome de neolítica (das palavras gregas neos, novo e lithos, pedra) porque apesar de continuarem a trabalhar a pedra para fazer ferramentas, faziam-no com a nova técnica de “polimento”.
A vida nos grandes rios
A vida das comunidades de agricultores e de pastores, registou grandes progressos, sobretudo nas zonas atravessadas pelos grandes rios. As maiores civilizações nasceram assim nas margens do Indo ( que deu nome á Índia), do rio amarelo na China, entre o Tigre e Eufrates(os grandes rios do Médio Oriente) e no vale do Nilo, em África. Havia o problema das inundações, que eram, às vezes, uma calamidade: mas os homens souberam domesticá-las e utilizar águas com muitos e engenhosos sistemas. Os benefícios trazidos pelas águas dos grandes rios fizeram aumentar a população e as povoações começaram a crescer.
A descoberta da metalúrgica
A habilidade para o trabalho em pedra era excepcional mas tinha os seus limites. A segunda grande revolução após a da agricultura, foi a do uso dos metais. Alguém reparou, certo dia e por acaso, no facto de que alguns metais, que tinham caído acidentalmente no forno da cerâmica, se derretiam e que depois ao arrefecer, se voltavam a solidificar. Usando o calor, podia fazer-se com que adoptassem as formas mais variadas...Aqueles estranhos e preciosos minerais converteram-se rapidamente em objecto de procura: eram os metais (a palavra grega metalleo significa exactamente “procurar”).O primeiro metal a ser trabalhado foi o cobre. Os povos que dispunham de jazidas de minérios transformaram-se nos mais ricos e poderosos.
O poder: Dos chefes aos reis
Os homens tinham tido sempre chefes eleitos pelo seu valor e inteligência, mas, mandar num pequeno grupo não significava ser muito poderoso... Mas, agora, que a população aumentava e se concentrava, ser chefe significava dispor dum enorme poder. Os primeiros reis, por exemplo, o rei do Egipto, o faraó , eram donos absolutos do país, dos bens e até das vidas dos seus súbditos. E eram frequentemente divinizados e prestava-se-lhes culto como se fossem autênticos deuses. UM PODER TÃO GRANDE NÃO PODIA SER EXERCIDO POR UM SÓ HOMEM, assim havia um grande grupo de pessoas que ajudavam os reis que ajudavam, eram os privilegiados.
Os berços da civilização
Já algum tempo que se tinham formado culturas humanas muito diferentes entre si, mas algumas características das civilizações nascidas nas margens dos grandes rios eram as mesmas. Podia haver diferenças nas paisagens, nas espécies vegetais cultivadas e nos animais domésticos, no feitio da roupa, nos costumes, nos nomes dos deuses, no tamanho e forma dos monumentos...Eram sempre sociedades agrícolas. A fertilidade proporcionada pelos grandes rios permitiu que os homens tivessem sempre mais que o estritamente preciso para sobreviver e poderem assim organizar sociedades cada vez mais ricas e complexas.
Um grande centro de civilização agrícola foi também a Mesopotâmia, que em grego significa “país entre dois rios”.Também aqui era preciso disciplinar as águas e o primeiro povo, os Sumérios foi até mais habilidoso que os Egípcios. As cidades sumérias, construídas com tijolos de barro, eram dominadas pelos templos, centros religiosos e também administrativos e culturais. A observação gastronómica foi muito importante. Para além disso, quando houve que fazer cálculos e medições, inventaram uns “princípios matemáticos” e inventaram também a roda e uma escrita baseada em desenhos (pictogramas).
Um rei para todos, todos pelo rei
No Egipto, como noutras sociedades dos veles férteis, os que mais trabalhavam eram os que menos ganhavam, ou seja, eram os agricultores. Os artesãos viviam melhor, mas também eram controlados pelo estado...
Vaidade, Génio e Chicotadas
Os egípcios dispunham apenas de ferramentas simples...SE conseguiram erigir monumentos imensos, foi porque souberam resolver perfeitamente o problema da organização dos muitos homens que utilizavam. Eram os agricultores ou prisioneiros de guerra que faziam esse tipo de trabalho. Esta imensa força humana, e também o génio dos projectistas (engenheiros e matemáticos excepcionais), eram obrigados a trabalhar pela vaidade do faraó … e pelas chicotadas dos guardas.
A vida depois da morte
Os egípcios apreciavam a vida agradável deste mundo, mas preocupavam-se enormemente com a vida noutro sítio. O mais temido dos seus numerosos deuses era Osíris, senhor do reino dos mortos, que julgava os defuntos. A primeira condição exigida para passar a fazer parte dos bem-aventurados, era a de que o corpo estivesse intacto. Era por isso que se protegiam os cadáveres em decomposição, transformando-os em múmias e colocando-os em túmulos-fortaleza: assim, quanto mais importante era o morto, maior e mais inexpugnável era o túmulo... Os egípcios não poupavam gastos para a sua casa de além-túmulo. Se pudessem dar a esse luxo, é evidente...Eram usados tipos variados de sepultura: os pobres tinham de se contentar com buracos escavados na areia, enquanto os ricos eram colocados em grandes túmulos chamados mastabas. Quanto aos faraós, fizeram-se sepultar, durante muito tempo debaixo das enormes pirâmides de pedra. Posteriormente, os seus túmulos eram escavados na rocha, num vale próximo de Tebas, que passou a ser denominado o Vale dos Reis.
A paz e a guerra
Os egípcios não eram um povo particularmente belicoso. No entanto, deram provas da sua coragem guerreira, mais do que uma vez: por exemplo, quando se libertaram do domínio dum povo invasor, os hicsos; ou quando repeliram os ataques dos misteriosos “povos do mar”; ou quando, conquista após conquista, estenderam o seu império até à Núbia, ao Sinai e á Síria. No entanto, preferiam comerciar com toda a gente por terra, por mar ou navegando pelo Nilo: o ouro da Núbia proporcionava-lhes um grande poder aquisitivo.
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